sábado, abril 27, 2024
ARTIGOS

Sala de aula censurada

Dias atrás, li um artigo em uma revista sobre educação, que basicamente relata a indignação dos professores com a participação ativa dos pais na educação de seus filhos. Bem, deixe-me explicar melhor.

O texto responsabiliza a “extrema direita”, o movimento “Escola sem partido” e, por que não, o presidente, pela “censura” que os professores de algumas escolas no país vêm sofrendo. Esses professores dizem temer perseguição, violência física ou perder o emprego, pois alguns pais buscaram saber o que estão ensinando aos seus filhos e não gostaram de ver que a (a)moral dos professores estão ensinadas aos alunos, ao invés da matéria para que são pagos ensinar. Para eles, os pais não possuem o direito de saberem o que seus filhos estão aprendendo na escola.

Os relatos desses professores consistem apenas em um único ponto em que são censurados: política! As reclamações consistem em “falar muito de política”- diz o artigo.

Sem adentrar na seara de que pais cristãos devem ou não mandarem seus filhos para a escola secular, é impressionante como o humanismo está cada vez mais patente. É impossível ignorar o pensamento pós-modernista totalmente presente em todos os lugares, inclusive nas salas de aulas da educação infantil.

Devemos lembrar que Deus nos ensina a buscar o entendimento, a sabedoria divina (Ef4:23; Pv6:6, 3:19-20, 24:3-4) – dEle provém todas as coisas. Ao buscar essa sabedoria, ela deve ser ensinada aos nossos filhos; cravada em seus corações. E por meio dessa sabedoria, tanto os pais, como as crianças saberão discernir o certo do errado, o bem do mal. Aos pais é conferida a responsabilidade de educarem seus
filhos.

Para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. (Dt6:2)
E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. (Dt6:7)
E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. (Ef6:4)

Então os filhos pertencem ao Estado ou à família?! Ainda que o mundo diga que seja ao Estado, não vos enganei, nossos filhos são do Senhor. Ele apenas nos concede graciosamente a honra de cuidarmos e amarmos essas crianças e futuros homens e mulheres, como Ele nos amou.

Mas o que me causou tamanha indignação a ponto de escrever esse artigo, foi perceber aonde esse pensamento pós-moderno chegou: os pais não podem mais cuidar dos seus próprios filhos?! A Bíblia nos ensina que “a palavra de Deus é loucura para os ímpios”, o que consequentemente é loucura para os cristãos o pensamento de mundo e a ele não devemos nos conformar.

O pensamento humanista e toda a ideologia pós-modernista pairava apenas nas universidades, mas rapidamente se estendeu à educação infantil, fundamental e ao ensino médio. Ensinam às crianças, literalmente, que tudo bem se não gostarem amorosamente de uma pessoa do sexo oposto, elas podem gostar de alguém do mesmo sexo; tudo bem se o papai e a mamãe não quiserem o irmãozinho delas que está na barriga da mamãe, ele ainda não é humano. Mas ele é o que afinal?!

Não há lógica alguma, como alguém pode estar vivo e morto ao mesmo tempo?! Ou será que pode estar meio vivo; mas se estiver meio vivo, será que não está meio morto?! Tudo depende do ponto de vista, não é mesmo?!

A Palavra de Deus é clara quanto a responsabilidade dos pais em educarem seus filhos – na admoestação e no serviço ao Senhor. Logo, nada mais natural do que buscarem saber como e o que os professores estão ensinando à eles. Impossível ignorar o perigo da relativização da verdade, da moral. O pecado não é mais pecado, tornou-se uma verdade pessoal para alguém; o bem não é mais o bem e o mal não é mais o mal – tudo depende do ponto de vista de quem enxergar e não mais da leitura pelas lentes do evangelho.

O coração do homem não é mais corrupto, muito menos uma fábrica de ídolos (Jr17:9-10)! Deve ter evoluído com as várias vezes que o povo de Deus foi “castigado” por virarem as costas para àquele que o criou e agora deixou de ser falível. Afinal, se te faz feliz, faz sentido! (ass. Satanás).

Ainda é difícil compreender a indignação dos professores pelo envolvimento dos pais; por estes exigirem que aqueles ensinem o conteúdo para o qual são pagos a ensinar (sendo pública ou particular a escola, professores são pagos para ensinar) – conteúdo este, vale lembrar, estabelecido pela BNCC – que nada diz sobre ensinar politica nas escolas. Tanto se conhece a importância do envolvimento dos pais na educação dos seus filhos. Mas é assim!

Quando o “porque dele, para ele e por ele são todas as coisas” deixa de existir; quando os holofotes não estão centrados na pessoa de Cristo e não ser politicamente correto para a ser o único pecado, a moral passa a ser a amoral e nada mais faz sentido – a verdade absoluta foi relativizada e o homem é entregue a si mesmo. A política se torna uma ferramenta poderosa para impor vontades individuais sobre toda a sociedade.

Como advogada, impossível deixar a passar o aspecto jurídico. Toda essa amoralidade, não só fere a verdade absoluta – principal, mas também fere o Estado Democrático. Em uma democracia a vontade da maioria prevalece, respeitando as exceções, claro. Já em um mundo amoral, o desejo pessoal é imposto a todos. Não só isso, no Código Penal brasileiro, se os pais ou responsáveis deixam de prover educação aos seus filhos, são eles que serão responsabilizados penalmente. Quando trato dos aspectos jurídicos, não busco jamais retirar a validade da Palavra de Deus, apenas demonstro o tamanho do absurdo desse pensamento, que destoa até mesmo da ordem jurídica.

No início, o texto refere-se negativamente a ideia de dos pais se preocuparem com a educação dos seus filhos. Como se eles fossem burros de carga, usando sempre antolhos e se pensarem em olhar para o lado, serão restringidos pelo antolho. Nós não somos assim! Deus nos chama a pensar, a refletir conforme as Escrituras, conforme sua vontade. Não podemos nos conformar com esse mundo. A moral de Deus, a verdade absoluta está cravada em nossos corações e devemos lutar com unhas e dentes pela educação dos nossos filhos.

Mesmo anterior à minha conversão, sempre enxerguei a educação sendo o ponto chave para a mudança no pensamento das pessoas. Mas depois que comecei a ver através de Cristo, percebi que a educação é a ferramenta que Deus usa para nos levar ao entendimento divino, a sabedoria dos céus. Deixar nossos filhos serem ensinados por professores que querem passar sua opinião própria às crianças que não são
deles, não faz o menor sentido. Os pais mandam os filhos para a escola com o fim de aprenderem gramática, álgebra, geografia. O que as crianças aprendem não devem interferir em suas cosmovisões, em sua moral.

É tudo tão louco que não perceberam que vivemos no ano de 2022 depois de Cristo e não no ano dez mil e alguma coisa, ou sei lá, dez milhões e alguma outra coisa.

Com toda essa visão totalmente distante e contrária a Palavra de Deus que os encorajo a se preocuparem, não só se o conteúdo que estarão passando aos seus filhos é suficiente para passar em alguma faculdade de renome, mas se estão comunicando a amoral pessoal à seus filhos. Que Deus tenha misericórdia de nós e dos nossos filhos e nos capacite para enfrentar esse mundo caído que clama por Cristo.

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